Quantas Primaveras?!

Enquanto se completa primaveras, nunca se envelhece...
A primavera tem um vínculo com a renovação da vida e por isso está historicamente repleta de rituais e simbolismos, geralmente ligados a deusas e deuses da fertilidade.
Afinal, quando os povos se tornaram sedentários e agricultores, logo passaram a ter deuses da agricultura, figuras cuja função era assegurar colheitas abundantes e animais sadios.
Quando as civilizações primitivas começaram a escrever seus mitos, as divindades da agricultura e da fertilidade já eram proeminentes.
Vale a pena então conhecer um pouco destes mitos. Você vai notar que vários frutos, plantas e até mesmo objetos usados atualmente como símbolos de abundância são um legado destas mitologias.
Na Grécia Antiga, Deméter, a deusa grega da agricultura era venerada junto com a filha Perséfone.
Deméter era uma das deusas mais importantes. Responsável pela Terra e pelas plantas. Este laço se estabeleceu quando Deméter percorreu vários lugares da Grécia em busca de Perséfone, sua filha raptada: sempre que o povo local lhe oferecia hospitalidade, a deusa, em troca, ensinava-lhes a arte do plantio do trigo.
A bela Perséfone não pensava em amor ou casamento, por estar ocupada demais ajudando a mãe a amadurecer a safra de todos os anos. Mas, quando Hades, deus do Mundo Subterrâneo se apaixonou por ela, toda a ordem natural pareceu sair de seu curso. Ela foi forçada a descer ao reino das trevas e lá passar uma parte do ano; na outra subia à Terra para anunciar os meses de primavera e verão.
Já na mitologia celta, foram encontradas inúmeras esculturas de uma tríade de deusas. As figuras usam longos vestidos e portam objetos como cornucópias, cestos repletos de frutas ou crianças e em geral revelam um seio nu. São as tríplices mães, ou Matres, deusas associadas à fertilidade. Eram veneradas de várias formas, como divindades da cura e como entidades promotoras tanto da fertilidade dos campos como da fecundidade das mães.
Freir, além de ser deus do sol e da chuva, era o principal deus nórdico da fertilidade. Fréia, sua irmã, era a deusa do amor, do nascimento e da colheita. Inicialmente amantes, Freir e Fréia passeavam juntos em suas montarias: Freir num javali dourado; a irmã montada em um javali de batalha. Separaram-se e das lágrimas de ouro da deusa nasceram sementes do trigo. Fréia era mais poderosa e presidia as magias, protegia as mulheres no parto e liderava as famosas Valquírias.
Deusa dos grãos, Ashnan foi criada com o irmão Lahar, deus do gado e das ovelhas, para fornecer alimento e vestimentas aos deuses sumérios. Os dois eram filhos de Enlil, o deus supremo mesopotâmico. Um poema sobre eles diz: “Ao povo, eles trouxeram a abundância; à Terra, o sopro da vida. Dirigem os decretos de deus, multiplicam os bens da dispensa e enchem os paióis.”
Bem, existem inúmeros destes mitos e nem estamos falando sobre as deusas da criação. Como bem disse o antropólogo Joseph Campbell “Os mitos são sonhos públicos; os sonhos são mitos privados.” Este texto é apenas um pequeno aperitivo para nos preparar, mitologicamente, para a entrada da primavera.
Que esta Primavera seja renovadora e regeneradora em sua vida! Aproveite-a como um culto interior ao deus que mora aí dentro e livre-se de pendências, de mágoas, de ansiedades.

Sonhe novos sonhos e crie seu próprio mito de primavera!!
Um dia você vai poder relatar aos seus pequenos, com certa saudade, alguma estória que começa assim: Um dia, na Primavera de 2020...
Fontes: Mitologia, Ed.Zahar 

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