Namaste
Decidi. Irei um dia à Índia para poder me apropriar sem
pudor, a qualquer momento e lugar deste lindo cumprimento: "O Deus que habita em
meu coração saúda o Deus que habita em seu coração."
Namastê. Que doce prazer será dizer namastê no elevador, na
padaria, no mercado, na praça, fazendo uma leve reverência e unindo as mãos em
respeito e gratidão.
Agradecer diretamente ao deus interior do velhinho padeiro o
delicioso pãozinho integral repleto de grãos que ele preparou e assou. Agradecer
ao deus interior do rapaz que organiza e repõe os iogurtes na geladeira do
mercado. Agradecer sem escalas ao deus interior da varredora de rua a sua
importância na manutenção da minha saúde e de todos no meu bairro.
Mas como não vivo em Mumbai, resolvi então criar um vínculo
mental do namastê aos cumprimentos que distribuo em meu dia a dia, digo BOM
DIA, BOA TARDE, BOA NOITE normalmente com um sorriso e minha alma complementa,
NAMASTÊ.
Num piscar de olhos me transporto para Delhi e reverencio o
deus interior daquele ser humano, desejando que sua vida naquele momento seja
vivida o mais plenamente possível. Diante do Universo, somos UM. Faço isso não
porquê sou iluminada ou algo parecido, apenas porque aprendi que a felicidade e
a paz são contagiosas. A energia essencial de felicidade e paz desejada ao
outro retornará um dia para mim.
Penso que quando cumprimentar um indiano estarei na presença
de seu deus interior antes de nossos olhares se cruzarem. E quando ele me olhar
terá antes saudado o melhor em mim. Mesmo que ele porventura me faça algum mal,
saberá que vai responder à uma Consciência Universal em linha direta com os
deuses.
Pode ser pura ingenuidade mas sempre sonho com a Índia como
um lugar onde poderei abraçar as árvores na praça sem nenhuma estranheza. Onde
poderei usar uma guirlanda de flores na cabeça sem que me achem maluca beleza.
Onde poderei andar de bicicleta no caos do trânsito sem ouvir nenhum
xingamento.
E que delícia vai ser fazer as malas para a Índia. Uns dois
chinelinhos, um tênis velho, aquele vestido laranja, aquelas camisetas, nunca
usadas, com estampa de Krishna e de Buda e todos os lenços de seda que amo e
que poderei usar como vestido ou na cabeça ou onde me der na telha. Um look
meio bicho grilo meio yoga, 24 horas por dia. Que leveza! Uma mala leve para
uma alma leve...
Ai ai, me desculpem pelos pequenos devaneios, não precisam
ser levados a sério. O que eu gostaria que levassem a sério é o fato, já
comprovado por métodos científicos, de que emanamos campos de energia e esse
conhecimento facilita muito na compreensão da sutileza da vida e das inúmeras
conexões que realizamos ao longo de um único dia.
No livro “Campos de Energia Humanos” o psiquiatra Colin Ross
propõe que estudar os campos eletromagnéticos do corpo humano, que os hindus chamam
chakras, deveria ser tão comum como estudar um eletroencefalograma.
E com esta certeza, mentalizar este cumprimento, para mim, tornou-se
uma singela prática para delinear minhas trocas de energia e dar a elas um
significado. Um ritual simples e simbólico de minha filosofia - gentileza gera
gentileza, sempre. Bora viajar! Namastê.
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