Passiflora, a flor da Paixão

O maracujá, "mara cuya", o que se come em cuia, é o fruto de uma planta trepadeira e brasileiríssima, cuja beleza de suas flores deixou nossos colonizadores lusitanos tão impressionados que a batizaram de flor da paixão, numa religiosa alusão à Paixão de Cristo.
Se você olhar atentamente para esta maravilhosa flor pode mesmo notar uma leve semelhança com uma coroa de espinhos. Pétalas de um vermelho escuro seriam o sangue das chagas de Cristo. Os três estigmas simbolizando os cravos da crucificação.
Os botânicos concordaram com essa aparência mística e deram o nome de Passiflora ao gênero desta planta, pasio = paixão + flos, oris = flor. Fleur de la passion, como dizem os franceses.
Penso que a flor do maracujá é tão intensa em seus coloridos e formatos que bem poderia ser a flor de todas as paixões. Minha querida vovó me disse certa vez que era preciso se apaixonar por alguém ou por algo ao menos uma vez na vida. Aquela paixão que cega, que alimenta e ao mesmo tempo consome, que salva e martiriza. Se apaixonar é se alienar de toda racionalidade sua e dos outros. E como isso é bom!

Mas antes de contar-lhes algumas curiosidades botânicas sobre as flores da Passiflora, vale a pena falar sobre os benefícios do maracujá.
O fruto tupiniquim desta bela flor contém vitaminas A e C, além de algumas do complexo B. É rico em minerais como cálcio, fósforo e ferro. Isso tudo ao natural, pois metade da vitamina A e praticamente todas as vitaminas B se perdem no processo de industrialização do suco. 
O maracujá tem propriedades depurativas, sedativas, adstringentes e anti-inflamatórias. Suas sementes atuam como vermífugo natural e popularmente acredita-se que o chá de suas folhas, além de ser calmante, também auxilia no combate às inflamações cutâneas.
Recentemente a farinha feita com a polpa branca do maracujá está sendo utilizada nas dietas nutricionais devido à pectina, uma fibra solúvel que além de ajudar no controle do colesterol e do nível de açúcar no sangue, reduz a absorção da gordura dos alimentos. Segundo pesquisas, a pectina se transforma numa espécie de gel no estômago e diminui a fome.

Mas vamos voltar à Passiflora...

Para que uma flor de maracujá fecunde e se transforme em frutos, precisa haver polinização. Caso contrário, as flores murcham e caem.

Devido às características desta flor, para que o inseto visitante colete pólen e seja um polinizador efetivo, é necessário que ele tenha porte suficiente para que, quando se direcionar para a câmara de néctar em busca da solução açucarada, entre em contato com as anteras e, posteriormente, com os estigmas curvados para baixo.

Daí a importância das mamangavas, também conhecidas como abelhões. Somente elas com mais de 2cm de comprimento conseguem dar conta desta polinização. A abelha do gênero melifera é pequena demais para a tarefa, mas nem por isso deixa de se lambuzar na passiflora.

Pois é, achei este detalhe tão especial! Não é qualquer um que pode se "apaixonar" pela flor da paixão. Tem que ter porte e apetite!

Já as vibrações florais da Passiflora remetem ao chakra cardíaco e nos presenteiam com energias de integração, equilibrando masculino e feminino e nos dando sabedoria para discernir quando agir e quando recuar.

Fontes:
zoo.bio.ufpr.br/polinizadores;  Wikipedia;
Alimentos saudáveis, alimentos perigosos;
horti.com.br; peregrinacultural.wordpress.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Árvore da Vida

Mensagem floral do Gerânio

Sono Saudável - dicas básicas