Flores e abelhas

Já tive muito medo de abelhas. Era bem criança e uma vespa picou meu rosto deixando-me desfigurada por dias. Doeu muito. A partir daí tudo que voava e se parecia com aquele “monstro” me fazia disparar para casa.
Hoje as abelhas me encantam e me alimentam. De vez em quando visitam minhas floreiras e adentram minha cozinha, penso que atraídas pelo cheiro das panelas no fogão. Uma especial preferência para chutney de manga.
Entender como elas se relacionam com as flores foi a maneira que encontrei de registrar este encantamento.
Pois bem, uma abelha visita dez flores por minuto em busca do néctar. Ela faz, em média, quarenta voos diários tocando em cerca de 40 mil flores. Elas recolhem com a língua o néctar do fundo de cada flor e guardam-no em um reservatório localizado na região do estômago.
Enquanto elas recolhem o néctar, grãos de pólen desprendem-se da antera, parte terminal do órgão masculino da flor, e aderem ao corpo da abelha, especialmente nas patas coletoras.
Ao visitar outra flor, esses grãos se desprendem e aderem à superfície do estigma, correspondente a parte receptiva dos órgãos femininos da flor. 
Mas tudo isso só é possível porque existe o envolvimento de forças eletrostáticas, já que o corpo de uma abelha após o voo carrega uma pequena carga elétrica, possibilitando a atração dos grãos de pólen pela flor.

Eis a polinização em leigas palavras. A partir desta comunicação entre abelhas e flores a Natureza nos presenteia com sementes e frutos neste precioso ciclo de Gaia.

Esta espécie Apis mellifera, com uma vida que gira em torno de 45 a 50 dias, ainda vai transformar o néctar em diversas maravilhas: mel, própolis, pólen, cera e geléia real.

Cada substância destas merecerá um post a parte, mas ainda posso falar um pouquinho sobre o mel. Uma vez coletado e dentro do estômago da abelha, enzimas partem o néctar açucarado em açucares simples, num processo conhecido como inversão.


Chegando na colméia, a abelha regurgita esse néctar parcialmente digerido para outras abelhas ou o deposita direto nas células hexagonais, onde será coberto por uma capa de cera. O calor da colméia causa a evaporação da maior parte da umidade presente no néctar, deixando para trás o mel adocicado - uma deliciosa fonte de energia para abelhas e humanos.

Como fonte de alimento, o mel contém proteínas, diversos sais minerais e vitaminas essenciais à nossa saúde. Possui um alto valor energético e propriedades medicinais, com reconhecida ação antibactericida.

É o único alimento que não estraga. Com o tempo, o mel torna-se opaco devido a cristalização do açucar, mas aí é só dissolvê-lo em banho-maria. Se for mantido hermeticamente fechado, um pote de mel pode ser conservado indefinidamente - segundo relatos arqueológicos, o mel encontrado na tumba do faraó Tutancâmon ainda estava comestível.

Pois é, em uma colherada de mel esconde-se toda essa energia dinâmica. Então, escolha o seu sabor de mel preferido - laranjeira, eucalipto, silvestre... e adoce seu dia. Com moderação... Ou não...

Fontes: Wikipedia, revista Como Funciona, livro Ciências Naturais da Ed.Moderna, diariodebiologia.com

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