Palavras não são o bastante...

Ainda bem que o mundo ainda possui seus silêncios. É nos silêncios que a Natureza se move, que as raízes se espalham pela terra, que o Sol ilumina cada folha, que as flores desabrocham...

Nestes silêncios não há porque palavras humanas, os sons da Natureza se comunicam em harmonia com cada gota de chuva, com cada onda morrendo na praia. Nosso planeta não precisa de palavras ou explicações ou receitas para existir. A Terra vive e respira, em completude, sem palavras.

Mas se você é um ser humano sente necessidade de falar, usar suas linguagens para comunicar conhecimentos e experiências. Mas se você ainda é humano também saberá que uma imensa gama de sentimentos e emoções existem sem palavras, sem códigos ou símbolos, apenas respiram e pulsam em sua alma.
Aliás a palavra alma é tão repleta de significados que contém em si tantas outras palavras: vida, sonho, amor, morte. Uma palavra contendo outras palavras... afinal a alma não se basta. Para nossa alma, palavras nunca são o bastante.

Nossa vida caminha pelo Tempo costurando estórias nem sempre contadas. Somos um emaranhado de momentos que pensamos conhecer, sentimentos e ações que formam nossa essência humana.
Decididamente não somos feitos somente de palavras. Há um fio de vida em nós que transborda além de qualquer lógica ou racionalização.

Qualquer palavra pode ser um limite, um código decifrado e precisamos delas para que nossos pensamentos possam nascer. Mas não preciso de palavras para inflar meus pulmões de ar, não preciso de palavras para correr e sentir o vento na cara, não preciso de palavras para abraçar um bebê, não preciso da palavra Amor para sentir Amor.
Eu só me aproprio das palavras para contar minha estória mas elas não são minha estória. Cada vivência fica registrada em algum lugar de nossas memórias, codificada não só de palavras, mas de sensações formadas pelos nossos cinco sentidos. Cheirar, provar, tocar, ouvir e olhar...

Palavras podem ser ditas sem acessarmos nenhum desses sentidos, por isso palavras não são o bastante.
Por mais que eu descreva, palavra por palavra, a imensa alegria do dia de meu casamento, a transbordante felicidade de olhar minha filha pela primeira vez e a maravilhosa sensação de amamentá-la, nenhuma palavra será suficiente...

Por isso acredito na força e na existência de outras linguagens, onde nenhuma palavra é sequer necessária. Na linguagem das flores, por exemplo... Será que as rosas não falam?!

Não me refiro a essa linguagem poética do significado das flores para amantes enamorados, não, mas sim à linguagem simbólica e definitiva de uma flor, de qualquer flor, sempre tão plena, parecendo imediatamente pronta a viver seu destino.

Toda flor conhece seu destino. Sem palavras...

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