Flores e Alquimia

Você já percebeu isso?! Há muito tempo e de várias formas convive ou conviveu intimamente e displicentemente com a simbologia alquímica.

Ela já entrou em seu dia a dia numa novela global, já alcançou recordes de bilheteria no cinema e te fez adorar ou odiar um bruxinho, já se tornou best-seller de um grande escritor que também é mago.

Pois é, a Alquimia está aí, aparentemente oculta e inatingível, porém viva e atuante.

Sua origem é remota e controversa. Vamos encontrar escritos alquímicos datados de 3.000 anos a.C., mas quase todos os caminhos nos levam à importante figura de Hermes Trismegistus (três vezes mestre) por isso a Alquimia também é conhecida como Ciência Hermética.

Se Hermes foi um deus egípcio, grego ou um homem real não me parece relevante. No entanto, seu legado místico, filosófico, metafísico e por que não dizer científico, serviu e serve de base a todos os alquimistas, ontem, aqui e agora.

'Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod estinferius, ad perpetranda miracula rei unius.'
(O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.)

Na Tabula Hermética encontramos os princípios primordiais da Alquimia. Ela também é conhecida como Tábua de Esmeralda. Curiosamente, nos Evangelhos Apócrifos, vamos encontrá-la como "livro de cabeceira" de Maria Madalena.

Nomes como Paracelso, Nicolas Flamel, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Giordano Bruno, Fulcanelli e muitos outros alquimistas e filósofos, beberam nestas fontes herméticas e, cada um a sua maneira, enriqueceram a Grande Obra Alquímica.

Na Alquimia estamos diante de arquétipos universais e portanto de uma linguagem extremamente simbólica. Nestes mares alquímicos, imagens e símbolos dizem mais do que mil palavras.

Por isso, para mim, quando penso em transformar chumbo em ouro, penso na transformação de dor em alegria, de depressão em harmonia, de desamor em compaixão. Quando penso em elixir da longa vida, penso em encaminhar meu corpo, minha mente e minha alma para uma velhice saudável e ativa. Quando penso em pedra filosofal, penso na possibilidade concreta de aplicar meus conhecimentos e intuição para o bem estar de todos os seres.

Não precisamos de varinhas mágicas, nem de encantamentos e sim de boa vontade, bom senso, boas vibrações. A Alquimia não é fantástica, nem intangível e muito menos improvável.  É sim um caminho de autoconhecimento e de conexão com o Cosmos e tudo o que este possa representar. Afinal, micro e macro são semelhantes, formados pelas mesmas partículas e com a mesma Origem.

O pulsar do seu coração é o mesmo pulsar do Universo, o respirar de seus pulmões é o mesmo respirar da Natureza. Deus habita seu ser, “o princípio imutável, ao mesmo tempo em que é, também, a fonte de toda atividade, o UM do qual procede toda multiplicidade.”

O Tao chinês, o Brahman hindu, o Poder Superior, a Energia Pura, o Uno, o que não depende de nada, livre de sentimentos e paixões, que está dentro, que é infinito, conteúdo e continente de tudo quanto há.

E este Princípio Divino, fonte da Alquimia, desperta conosco em cada novo nascer do Sol, no orvalho de cada manhã, na prata da Lua controlando nossas marés. "O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, a Terra é sua alma." 

Fontes: Tabula Esmeraldina, Wikipedia, laerciodoegito.com.br, Escola de Alquimia Joel Aleixo